O nome mais cotado, hoje, à disputa da presidência da OAB/Jaú este ano esclarece e pondera sobre os motivos que fizeram decolar uma possível candidatura. Cauteloso, declara união ao grupo e respeito ao presidente Júlio Vicente, ao seu trabalho e à sua decisão quanto a eventual tentativa de reeleição. Às vésperas de completar 10 anos de carreira e 15 anos de trabalhos junto às Comissões da OAB, Rogério Piccino Braga, advogado, Presidente da Comissão de Relações Institucionais da OAB/Jaú, Diretor Jurídico da Câmara Municipal de Jaú, onde participou da redação da atual Lei Orgânica do Município e do Novo Regimento Interno da Câmara concede entrevista ao Correio Jurídico.
CJ. Dr. Rogério a que o senhor atribui a permanência de seu nome por tanto tempo como possível candidato à presidência da OAB/Jaú neste ano?
Braga. Geraldo, antes de mais nada agradeço o convite. Sem dúvida, atribuo a perpetuação de meu nome ao trabalho sério da atual diretoria. Todos sabem que somos do mesmo grupo, e, antes das últimas eleições já havíamos cogitado essa possibilidade. Entretanto, precisamos nos conscientizar de que temos um ano inteiro de trabalho do atual presidente. Devemos ter cautela já que seu trabalho é reconhecido pelos colegas, assim como meu apoio ao seu nome – não nego. Estamos juntos no que depender de mim.
CJ. Na hipótese de a candidatura consolidar-se, como viabilizar o trabalho até o final do ano?
Braga. Toda eleição necessita ser bem administrada, como foi a última. Uma equipe dedicada, com nomes essenciais, princípios da profissão arraigados no candidato, compromisso sério com a classe, independência e iniciativa. Além disso, os projetos e programa de gestão precisam estar concluídos antes da candidatura. Por isso um grupo respeitado como ao qual pertenço, para a conjugação de idéias e planos. Esses anos foram excelentes para que meu plano de gestão já estivesse concretizado.
CJ. Dentre os projetos de gestão, poderia elencar as prioridades?
Braga. Geraldo, não se faz uma eleição sozinho, por isso, a opinião dos colegas é fundamental. Agora, certas diretrizes precisam ser traçadas de início como a estrutura profissional do advogado. Estrutura física, espaços físicos nas repartições, as prerrogativas do profissional, a independência harmônica entre as instituições e Poderes, os benefícios diretos aos colegas e o respeito de toda sociedade.Comissões atuantes são fundamentais. Em 15 anos de trabalho com Comissões da OAB pude ver isso.
CJ. Como foi sua experiência nos E.U.A junto com uma Comissão da OAB?
Braga. Pude ver como somos respeitados e importantes aos colegas advogados e à sociedade como um todo. Em 2002 estivemos com um Projeto de orientação comunitária em San Jose na Califórnia, onde fomos certificados e reconhecidos por isso. É a força do advogado paulista que pude sentir antes mesmo de me tornar advogado. Precisamos resgatar essa importância, e mais, arraigar isso em cada profissional.
CJ. O que você acredita que precisa melhorar na OAB hoje?
Braga. A nível estadual, o presidente. Como presidente da Comissão de Relações institucionais da OAB/Jaú, quando acredito que algo deva melhorar, converso diretamente com o presidente que sempre nos ouviu e fez do diálogo sua forma de gerir a Subseção. Como advogado, sinto que a OAB/Jaú está aberta a todos os demais colegas hoje em dia. Se constatar algo que precisa mudar, o faremos juntos tenho certeza. Temos uma diretoria comprometida com o advogado, pode acreditar.
CJ. Recentemente o senhor escreveu um artigo criticando a posição do Presidente do Conselho Federal da OAB, quanto ao caso da Corregedoria do CNJ e as prerrogativas dos Magistrados. Não foi radical?
Braga. Radical e demagogo foi o apoio do Conselho Federal ao CNJ. Nesses anos todos já presenciei e ouvi casos grotescos praticados contra a classe advocatícia, sem que o Conselho Federal da OAB sequer tomasse conhecimento. Eu pergunto, o que o Conselho Federal fez pelas prerrogativas do advogado atualmente? É dever institucional da OAB zelar pela Constituição, e nela (CF/88) estão previstas as prerrogativas das demais instituições, dos cidadãos e o bom andamento dos Poderes também. Vejo interesses pessoais nessas inserções do Conselho Federal, junto ao CNJ. Isso é perigoso. A visão crítica é importante ao advogado.
CJ. A Seção estadual da OAB tem feito bastante pelas prerrogativas do advogado. Como vê isso?
Braga. Os atuais dirigentes paulistas estão mais preocupados com as eleições municipais do que com a própria OAB. Que o diga a filiação do presidente e seu anúncio de candidatura. Fala-se muito e se administra pouco. Não fosse o trabalho isolado das Subseções, estaríamos perdidos. Precisamos acabar com a mentalidade de muitos advogados que vêem a OAB como trampolim para candidaturas a Prefeito, Governador, Deputado e a Entidades sociais. Já sofremos muito com isso
CJ. Quais os planos para este ano na carreira?
Braga. Pretendo me dedicar mais aos estudos de pós-graduação. Termino a especialização mês que vem e iniciarei processo seletivo ao mestrado. Temos que estudar sempre, já que o Direito é dinâmico e não aceita o profissional estagnado. Me orgulho de ser advogado jauense e àqueles que iniciam a carreira aqui em Jaú, posso afirmar que já deram um excelente passo na profissão. O advogado jauense é admirado no país inteiro e temos vários exemplos disso.
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